TI radicalmente simples!
Olá, pessoal!
A frase acima é o título de um artigo publicado na edição de março da revista Harvard Business Review (o ponto de exclamação foi por minha conta). O artigo conta a experiência do banco japonês Shinsei na modernização dos seus sistemas para prestar novos serviços aos seus clientes.
Os autores David M. Upton e Bradley R. Staats falaram como o pessoal do Shinsei fez para fugir das "armadilhas" que normalmente envolvem grandes projetos de TI. Lá eles utilizaram uma abordagem conhecida como "path-based", esta abordagem foi composta pelas seguintes premissas:
- Estratégia de negócios e TI devem ser concebidas conjuntamente: A área de TI não pode ser enxergada somente como "suporte", por isso, a idéia é que o CIO se reporte ao presidente ou diretor de operações da empresa. Desta forma, o negócio poderá utilizar todo potencial que a tecnologia da informação pode oferecer;
- Simplicidade extrema é a meta: Trabalhar com o menor número possível de padrões é regra, assim será possível desenvolver soluções mais simples. Além disso, os componentes devem ser reutilizáveis. O pessoal do Shinsei levou isto tão a sério que "(...) 90% dos componentes da
tecnologia do banco são utilizados em mais de um lugar."; - Usuários com (certo) poder: "Muitos dos problemas em grandes projetos de TI resultam da resistência organizacional (...)", por isso os autores sugerem que os novos sistemas sejam desenvolvidos e "publicados" aceitos de livre e espontânea vontade por todos. Além disso, os usuários devem ser "ouvidos" e a melhoria contínua do sistema deve fazer parte da rotina.
Agora vocês podem perguntar: "Tá, mas o que tem de extraordinário em tudo isso?". E minha resposta é: NADA!
É justamente por isso que o artigo me chamou a atenção. Conforme proposto no título, grandes problemas foram resolvidos com passos muitos simples. E o mais importante é que o problema foi resolvido, independente da solução ser simples ou complexa (lembrem-se que "o cliente quer o furo, não a furadeira!"). Já falei sobre isso nos textos Como estão nossos projetos? e Como estão nossos projetos? (Parte II).
Conclusão
A melhor solução é aquela que resolve o problema do seu cliente. Vale comentar que a palavra "resolver" deve ser interpretada no sentido amplo, a solução não pode ser somente imediata, mas sustentável.
Muito obrigado!
Um abraço,
Alessandro.
Observações:
- O artigo pode ser encontrado no site da Harvard Business Review (em inglês);
- Em 1997, David M. Upton publicou um artigo falando sobre a abordagem path-based.
Um comentário:
Alessandro, parabéns pelo texto. É incrível como muitas empresas/consultores tentam parecer inteligentes mostrando soluções e um linguajar complexos.
Quanto mais simples é a solução, melhor. Soluções simples rendem menos horas de consultoria, mas levam a uma relação de confiança de longo prazo com o cliente.
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