Bom... Lendo a programação é possível entender o motivo da procura, então não preciso falar muito.
A primeira palestra foi com o Abilio Diniz; para quem não o conhece, ele é o cara que liderou o Grupo Pão de Açúcar na transformação do que era uma pequena rede de supermercados na líder do segmento varejista nacional.
Jair Ribeiro, Abilio Diniz e Ana Maria Diniz Crédito da Foto: Casa do Saber - http://bit.ly/IZlvfb |
Se você quiser ler um resumo dos tópicos apresentados pelo Abilio, acesse o texto publicado no site dele, aqui no Buteco vou compartilhar algumas conclusões e reflexões baseadas na ótima palestra:
"Não há o que inventar, as empresas são compostas de gente e processos. Se algo está errado, olhe um desses dois itens."
Fato! Muitos "gurus da administração" tentam trazer uma ideia nova, mas, analisando com calma, percebemos que a "grande solução" nada mais é do que uma ideia antiga com uma carinha diferente. Além disso, não adianta muita coisa as lideranças buscarem a "bala de prata" quando o básico não é feito da forma correta: As pessoas estão satisfeitas com a empresa? Os processos são definidos e compreendidos?
Pessoas motivadas e com os processos adequados, mas sem as ferramentas (software, infraestrutura, hardware, etc.) necessárias para a realização do trabalho, acabam enfrentando muita dificuldade (muita mesmo!) para atingir os objetivos, por isso, incluo somente a necessidade do olhar também para a "tecnologia":
"Para uma boa tomada de decisão, basta ter as pessoas certas nas posições certas."A ideia de ter as pessoas certas nas posições certas é defendida por Jim Collins (um dos autores citados pelo Abilio durante a palestra e que tem influenciado o modelo de gestão do Grupo Pão de Açúcar). Mas antes que você diga ou pense "Ter as pessoas certas nas posições certas é muito óbvio!", peço que reflita um pouco e analise se na sua empresa é dessa forma... Pois é, eu imaginei que não.
"O líder não precisa ser técnico ou generalista, mas obrigatoriamente tem que saber tirar o máximo dos seus liderados."Sabe aquela velha discussão entre ser chefe ou líder? Este é um tema recorrente justamente porque a questão ainda não está resolvida. Alguns afirmam que a pessoa "nasce" líder, outros defendem a tese de que é uma habilidade que pode ser desenvolvida. O fato é que a falta de liderança enfraquece a empresa, atrevo-me a dizer que um verdadeiro líder muitas vezes consegue segurar a equipe mesmo em situações onde o mundo está caindo. Pode acreditar, agindo como um "chefe" você dificilmente terá o respeito e admiração da sua equipe, obtendo somente resultados medíocres.
"Entenda o que é importante para os seus funcionários."Além do básico já esperado pelos seus funcionários (salário compatível com o mercado, plano de saúde, plano odontológico, etc.), entenda o que eles desejam. Pesquisas e entrevistas podem revelar ações simples que terão grande impacto na satisfação da sua equipe. Em 2007 escrevi um pequeno texto sobre este assunto: http://batepapodebuteco.blogspot.com.br/2007/11/o-que-voc-busca-quais-so-as-iniciativas.html
"Lidere pelo exemplo."Para implantar uma cultura e valores dentro da empresa, não sei se existe algo melhor do que o exemplo vindo do topo. Acredite: Não adianta fazer uma bela campanha motivacional com cartilha bonitinha, adesivos, bottom e diversos outros recursos caros sem ter o REAL engajamento da liderança. Se não for para liderar pelo exemplo, fique somente no arroz com feijão da gestão, obtendo resultados medíocres ou ótimos resultados que não serão sustentáveis daqui algum tempo.
Falando em liderança... A FGV oferece um curso chamado "Liderança 360º - Abilio Diniz".
"Sobre processos..."Tive a oportunidade de fazer a penúltima pergunta da palestra. Questionei o Abilio Diniz sobre como funciona o "olhar para os processos" dentro do Grupo Pão de Açúcar.
Colegas tecnomaníacos, amantes das práticas ortodoxas de BPM, BPMS, documentações complexas e afins, vocês viram no começo do texto que o Abilio Diniz é um executivo que compreende o valor da empresa trabalhar orientada pelos processos. Mas o valor disso tudo não está no processo estar documentado da forma X, gerenciado pela ferramenta Y ou estar estruturado de acordo com as melhores práticas Z. A visão processual tem que favorecer a compreensão dos papéis e responsabilidades, tem que facilitar a compreensão de como a empresa funciona e apoiar a tomada de decisão. Nós, profissionais que trabalham com Gestão de Processos, precisamos parar de tentar vender furadeiras e entender o que nossos clientes pretendem fazer com elas, talvez uma fita dupla-face resolva o problema. Como diria o saudoso Theodore Levitt: "People don’t want to buy a quarter-inch drill. They want a quarter-inch hole!".
Ao responder minha pergunta, o Abilio citou um exemplo muito bacana...
Empresas que precisam fazer muitas reuniões normalmente sofrem de dois problemas:
1 - As pessoas não sabem o que precisam fazer;
2 - As pessoas não querem assumir a responsabilidade, então fazem reuniões para dividi-la com outros.Se as pessoas certas estiverem nas posições certas, os papéis e responsabilidades estiverem definidos e o processo decisório for claro, as reuniões vão acontecer somente quando realmente for necessário.
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Além do texto texto publicado no site do Abilio Diniz, também recomendo que vocês leiam o artigo publicado na edição de Março/Abril da HSM Management. Abilio Diniz e Jim Collins falam sobre como unir a reflexão e a prática em uma empresa.
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Agradeço sua visita!
Alessandro.
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