domingo, junho 24, 2007

Nova seção do Buteco!

Pessoal, hoje estreiamos a seção de Downloads do Bate Papo de Buteco! O primeiro arquivo disponível é uma apresentação com o resumo do livro A Estratégia do Oceano Azul.

A apresentação é resultado de uma palestra que apresentei para a diretoria da minha empresa. Fiquem a vontade para utilizá-la! Só peço que a fonte seja citada.

Observem que ela está na versão 1.0, conto com os comentários e sugestões de vocês para disponibilizar novas versões.

Divirtam-se!

Muito obrigado!

Um abraço,
Alessandro.

A Síndrome de Skinner

Olá pessoal!

Acredito que muitos de vocês já devem ter ouvido falar de Burrhus Frederic Skinner. Ele foi um famoso psicólogo americano que divulgou uma série de estudos sobre o comportamento humano.

Ele também criou a Caixa de Skinner, um experimento bem interessante onde analisava o comportamento de ratos e pombos. Segue uma explicação simplista:

Um pombo era colocado em uma caixa que possuía um mecanismo de alimentação; a alimentação era fornecida somente quando o pombo acionasse corretamente o dispositivo. É nesse ponto que está o "grande barato" do experimento: Obviamente o pombo não sabe que basta apertar em um determinado local para receber a comida, então ele acaba associando o recebimento do alimento a algum movimento que ele estava fazendo no momento. Por isso era possível observar pombos que faziam a verdadeira "dança da comida", levantavam a asa, giravam de um lado para o outro e por aí vai.

Tá, mas onde entra a tal "Síndrome de Skinner"? Bom... É aqui que começa a polêmica...

Faço uma associação ao experimento dos pombos na Caixa de Skinner quando observo alguns livros de auto-ajuda: Alguém que se deu bem fazendo algo de determinada forma e que deseja repassar isso para outras pessoas.

Sim, concordo que é legal compartilhar as experiências, mas acredito que a forma como isso é transmitido ou recebido muitas vezes pode limitar quem lê. Já observei pessoas que só faltaram montar um check-list para poder seguir à risca as dicas fornecidas em publicações desse tipo.

Minha sugestão não é que os livros de auto-ajuda sejam queimados, mas sim que todos que escrevem, divulgam e, principalmente, que lêem, façam isso com muito cuidado. Sabe aquele livro que deseja te ensinar como influenciar e ter poder sobre as pessoas? E aquela revista que coloca uma matéria na capa mostrando como é simples juntar 1 milhão de reais em sei lá quantos anos (eu assino essa revista)? Pois é... Leia e divulgue com cautela esse material, sempre questionando o que o autor deseja dizer.

Mas a Síndrome de Skinner não pára nos livros de auto-ajuda, isso se aplica também àqueles que acreditam cegamente em alguns grandes (ou não tão grandes) gurus da administração, consultores e afins. Aqui a coisa pode ser um pouco mais séria, pois acaba envolvendo um número maior de pessoas. Já viu aquela empresa que se deu mal por ter seguido um determinado caminho? Pois é... Quem estava a frente dela pode ser uma pessoa (ou grupo de pessoas) que sofria da síndrome.

Então qual será o remédio para a Síndrome de Skinner? É simples... Basta voltar a ser criança!

Ops... Deixe-me explicar antes que digam que estou doido (se já não estiverem dizendo =))...

Quem já observou ou conversou com crianças deve ter percebido o quanto elas são questionadoras; é "por que?" para quase tudo. Todos fomos assim um dia, mas perdemos um pouco esse "senso questionador" com o passar do tempo. Acredito que ele é necessário e fundamental para não cairmos na síndrome.

Conclusão

Questione a "receita de bolo para o sucesso" que existe no best-seller internacional e não aceite tudo que o palestrante, escritor ou consultor lhe disser, por mais que o cara tenha uma retórica perfeita (desconfie mais desses). Seja como uma criança e sempre pergunte "Por que?", com certeza os resultados serão melhores.

Sei que não sou um escritor, mas que tal começar questionando esse texto? =) Podemos continuar discutindo esse assunto, se desejarem.

Comentários Finais

Mais uma vez quero agradecer a todos vocês, caros leitores, pelas visitas e comentários deixados no Buteco, pessoalmente ou por e-mail! Eles são os motivadores para a existência deste espaço. Continuo contando com o apoio de todos!

Um grande abraço!
Alessandro.

Observação Importante: Pesquisei no Google o termo "Síndrome de Skinner" e não tive nenhum retorno. Caso o termo já seja utilizado e registrado, por favor me informem.

quarta-feira, maio 30, 2007

A Maldição do Conhecimento

Olá, pessoal!

Quero compartilhar com vocês a missão da minha empresa:
Ficou claro? Muito bem! Agora conheçam nossa estratégia para atender a missão:


Se você (assim como eu) não sabe ler partitura, não entendeu absolutamente nada, por isso não percebeu que os símbolos apresentados são, na realidade, trechos da música tema do filme "Coração Valente".

Pode parecer piada, mas infelizmente muitas empresas compartilham missão, visão, valores e estratégia mais ou menos dessa forma, ou seja, poucas pessoas entendem realmente o que os líderes querem dizer.

Em recente artigo publicado na coluna Antevisão da revista Harvard Business Review (volume 84, dezembro/2006), Chip e Dan Heath falam sobre "A Maldição do Conhecimento".

Essa "maldição" normalmente recai sobre empresas onde os executivos estão a muito tempo imersos na lógica e convenções do negócio. Na tentativa de sintetizar os dados concretos que estão armazenados em suas cabeças, estes executivos acabam transmitindo uma mensagem inteligível aos níveis tático e operacional.

Inclusive, no artigo é citado um exercício muito interessante feito por uma aluna de pós-graduação da universidade de Stanford em 1990. O exercício ilustra claramente a "maldição do conhecimento".

Uma turma de voluntários foi dividida em dois grupos: um grupo tamborilava e o outro grupo ouvia. Cada membro do primeiro grupo tinha que escolher uma canção popular e tamborilar a melodia em uma mesa. O ouvinte tinha que descobrir a música.

No decorrer do jogo foram tamboriladas 120 canções, apenas três foram identificadas corretamente pelos ouvintes, ou seja, um indíce de acerto de 2,5%.

O interessante é que, quando solicitados que estimassem a probabilidade de acerto dos ouvintes, quem tamborilava previa como 50% a probabilidade de acerto. Ou seja, estimavam um acerto a cada quatro tentativas, quando na realidade foi um acerto a cada 40 tentativas.

A explicação para tal discrepância é que ao tamborilar uma canção, a pessoa ouve a melodia em sua cabeça, já quem escuta não compreende mais do que uma "espécie bizarra de código Morse". As canções eram tão óbvias para quem tocava, que as dificuldades dos ouvintes os deixaram estupefatos.

É nesse momento que entra a "maldição do conhecimento". Quando sabemos algo, é difícil ignorar essa informação, o que reflete na hora de partilhá-lo com outras pessoas, pois é difícil recriar o estado da mente de outra pessoa.

Isso é o que acontece com boa parte dos executivos que tentam transmitir a estratégia para a organização. Eles "tamborilam" uma mensagem muito clara na sua mente que não passa de barulho para os colaboradores, muitas vezes virando motivo de chacota nos corredores da empresa.

Para "quebrar a maldição", os executivos devem traduzir a mensagem de uma forma concreta, clara e simples e não somente fixar um quadro com a "Missão" pelas salas da empresa. Todos devem "comprar" e se identificar com a missão da empresa, ela deve fazer parte do dia-a-dia de todos.

Parece óbvio né? Ganha um doce quem souber a missão da empresa e souber como seu trabalho contribui para a realização dela (não vale olhar na intranet ou no quadro que fica na entrada da empresa!).

É... Acho que não está mais tão óbvio assim, né?

Não pensem que foi por acaso que coloquei a música do filme "Coração Valente" no início. Considero William Wallace um exemplo de líder que soube passar uma mensagem simples, clara e objetiva. O que começou como uma vingança pela morte da esposa se transformou na luta pela liberdade de um país!

"LIBERDADE" era a missão de Wallace, e ele conseguiu transmití-la a milhares de pessoas. Essa missão continuou viva, mesmo após a sua morte (bom, o filme é baseado na história real de William Wallace, espero não ter desapontado ninguém por ter contado o que acontece no final).

Um dos pontos altos do filme é o famoso discurso de Wallace em Stirling, pouco antes da bela batalha onde poucos escoceses derrotaram um exército completo de ingleses.

No discurso, Wallace passa de uma forma muito emocionante a missão dele e de todos que lutavam ao lado dele... Recomendo que vejam (ou revejam), com certeza é um ótimo exemplo de como compartilhar uma causa.




Conclusão

É isso aí pessoal! Está dado o recado. Se você, caro leitor, é alguém que decide ou atua na decisão da estratégia de uma empresa, por favor, considere os pontos que compartilhei por aqui. Se você, caro leitor, é obrigado a executar um trabalho que mal sabe no que contribui para a realização da missão, tente passar essa mensagem para os executivos da sua empresa.

Fiquem a vontade para deixar seus comentários, como sempre, concordando ou discordando com o que escrevi.

Ahhh... Vale comentar que essas idéias valem para qualquer tipo de organização, seja ela do 2º ou 3º Setor.



Agradecimento

Muito obrigado a todos que acompanham esse humilde espaço e dispõem do seu tempo para ler minhas viagens psicodélicas =) Vou me esforçar para não ficar tanto tempo sem postar.

Um abraço e até a próxima, se Deus quiser!
Alessandro.

segunda-feira, dezembro 25, 2006

Quais são os seus valores?

Olá pessoal!

Recentemente assisti um filme muito interessante: O Diabo Veste Prada.

Recomendo fortemente que vocês assistam! A recomendação não é devido a aparição de 30 segundos da Gisele Bündchen (só descobri que era ela depois), mas sim porque o filme provoca uma grande reflexão...

O filme conta a história de Andrea Sachs, jovem recém formada que vai trabalhar como assistente da terrível Miranda Priestly (editora da revista Runway, grande publicação do mundo da moda).

Aos poucos, a jovem se vê inserida no mundo da moda, coisas que ela não concordava e conflitantes frente ao que ela acreditava começam a fazer parte do seu dia a dia. Até que um dia Miranda (a mejera) diz que enxerga muito dela em Andrea, nesse momento, Andy percebe que deixou seus valores de lado por causa do emprego (realmente, ela havia se afastado das coisas que amava e valorizava).

Vou parar por aqui para não contar o filme inteiro...

Com certeza após assistí-lo você vai refletir sobre seus valores, e o que tem feito com eles ao lidar com sua carreira ou outras áreas da sua vida.

Quantas vezes você precisou fazer algo que era contra seus princípios para satisfazer a vontade de um cliente, do seu chefe ou da empresa? Quantas vezes você desrespeitou os valores dos seus funcionários somente pensando nos resultados?

Será que vale (ou valeu) a pena? Deixo a proposta de reflexão...

Fiquem a vontade para postar seus comentários, concordando ou discordando.

Muito obrigado.

Um abraço,

Alessandro.

sexta-feira, dezembro 22, 2006

A Estratégia do Oceano Azul

O Problema

Imagine a seguinte situação, em uma bela tarde de segunda-feira você recebe a informação de que o concorrente mais próximo de você (sua empresa é líder do segmento no Brasil) acaba de ser adquirido por uma multinacional líder em 17 países, e agora está embarcando no Brasil.

Seu concorrente internacional possui um processo de fabricação inovador, fazendo com que os preços dele sejam muito mais competitivos.

Você havia iniciado, uma semana antes do anúncio, um projeto para verificar gargalos no processo em busca de otimização. Embora sua organização se destaque no mercado nacional, você sabia muito bem que a otimização seria essencial para atuação no mercado internacional.

Bom... O problema é que seu projeto tem duração de 6 meses, mas com o novo concorrente surgindo você não tem todo esse tempo.

O que você faria? (Se jogar pela janela não vale...)

Hummmmm.... Que tal tentar criar um Oceano Azul?

Oceano Azul?!?!?!?!?!

No "pseudo-case" apresentado, temos a comum situação de vários "tubarões" se gladiando para conseguir os clientes de um determinado mercado. Esse é o "Oceano Vermelho", boa parte das empresas acabam traçando sua estratégia para atuar nesses mares agitados.

Que tal um pouco de calmaria? É isso que que W. Chan Kim e Renée Mauborgne propoem no livro "A Estratégia do Oceano Azul - Como criar novos mercados e tornar a concorrência irrelevante".

Mas, o que é essa tal estratégia do Oceano Azul? Para entender de uma forma bem simples vamos voltar ao exemplo:

Imagine que nas pesquisas buscando uma solução para o seu problema você identificou uma porcentagem do mercado que não é bem atendida com as soluções propostas pelas empresas atuantes (inclusive a sua).

Então você resolve focar nesse grupo, pesquisa suas necessidades e identifica que há aí um grande potencial a ser trabalhado. Nesse momento você pode estar criando um Oceano Azul, ou seja, através da inovação de valor foi criado um novo mercado onde sua empresa atuará sozinha durante
algum tempo.

Parece óbvio né? Mas o fato é que o planejamento estratégico da maior parte das empresas é focado na atuação em Oceanos Vermelhos, ou seja, são discutidas iniciativas para disputar mercado com outras várias empresas, seja diminuindo o preço ou agregando algo ao produto.

Propondo uma série de ferramentas e apresentando diversos cases muito interessantes (por exemplo, o case do Cirque du Soleil) os autores mostram que não é necessário fixar a estratégia optando por diferenciação ou liderança de custo, você pode atuar nesses dois pontos através da Inovação de Valor.

O livro é dividido em três partes:

  • Na Parte 1 os autores definem a estratégia do Oceano Azul e suas vantagens. Também são apresentadas ferramentas e modelos de análise.
  • A Parte 2 fala sobre a formulação de uma estratégia do Oceano Azul.
  • Na Parte 3 temos a "Execução" da estratégia do Oceano Azul.

Já na página 7 os autores falam sobre o impacto da criação de Oceanos Azuis. Em uma pesquisa realizada com 108 empresas eles conseguiram as seguintes informações:


Fica claro que os investimentos em Oceanos Azuis tendem a ter um impacto muito maior sobre o lucro.

Segundo os autores, existem seis princípios para a estratégia do Oceano Azul. Eles são divididos em princípios de formulação e princípios de execução:

Princípios de Formulação

  • Reconstrua as fronteiras de mercado;
  • Concentre-se no panorama geral, não nos números;
  • Vá além da demanda existente;
  • Acerte na sequência estratégica;

Princípios de Execução

  • Supere as principais barreiras organizacionais;
  • Introduza a execução na estratégia.

Como complemento a formulação da sua estratégia do Oceano Azul, me adianto sugerindo que você utilize o BSC (Balanced Scorecard). Enxergo uma sinergia muito forte entre a ferramenta de Gestão Estratégica proposta pelos professores Kaplan e Norton e a estratégia do Oceano Azul proposta por Kim e Mauborgne. Também vejo que no momento de formulação da estratégia do Oceano Azul, o exercício da Construção de Cenários é muito útil.

Nos Princípios de Execução é inevitável o link com as propostas de Charam e Bossidy feitas no livro Execução. (perceberam como tudo acaba se encaixando?)

Além dos cases citados pelos autores no livro, eu poderia citar várias empresas e pessoas (algumas brasileiras, inclusive) que se deram muito bem aplicando a inovação de valor (muitas vezes até sem saber). Dois
exemplos que posso citar é a Embraer e da cabeleireira carioca Dona Zica.

Mas aqui temos a "Síndrome da nota A" (depois que tiro o A, como posso mantê-lo?): Como ser bem sucedido aplicando a inovação de valor e atuando nos Oceanos Vermelhos? Como ter um processo que permita sempre conseguir a Inovação de Valor?

Recomendo fortemente a leitura deste livro, com certeza ele te levará a uma reflexão sobre como o Planejamento Estratégico da sua empresa é criado.

O tema é extenso... Por isso pretendo abordá-lo em outros posts (espero não demorar tanto para voltar aqui no Buteco). Minha idéia é criar posts falando sobre cada príncipio e um exclusivo para falar sobre a Inovação de Valor.

Aguardo os comentários de todos os colegas! Fiquem a vontade para postar dúvidas e sugestões também... O Buteco é de todos!!!

Muito obrigado!

Um abraço,

Alessandro.

terça-feira, agosto 15, 2006

O Buteco agora também está no Orkut!!!!

Boa noite pessoal!

Convido a todos os colegas que me dão a honra da sua visita a ingressarem na comunidade do Bate Papo de Buteco no Orkut:

http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=18848806

Será ótimo conhecer e bater papo com os colegas por lá também! Conto com a visita de todos!!!

Um abraço e boa semana!

Alessandro.

quinta-feira, julho 20, 2006

Painel : Balanced Scorecard em Organizações de Pequeno e Médio Porte.

Boa noite a todos!

Na última terça-feira (18/07) participei de um evento no IBMEC São Paulo sobre o seguinte tema:

Balanced Scorecard em Organizações de Pequeno e Médio Porte.

Foi um painel que teve como debatedores:

Mário Allan Ferraz Mafra - Mestre em administração de empresas pela PUC/RJ. Diretor administrativo e financeiro da Wheaton Brasil Vidros, em SBC; ex-sócio da Maxicon Consultoria Empresarial; ex- auditor da Peat Marwick (KPMG), Arthur Andersen, Montrealbank e Grupo Veplan. Diretor vogal do IBEF – Instituto Brasileiro de Executivos Financeiros – Seção SP. Membro do IBGC - Instituto Brasileiro de Governança Corporativa.

Nairson De Oliveira - Formado em Direito, especialista em sistemas de gestão da qualidade e gestão ambiental, com experiência no setor automobilístico, autopeças e saúde. Atua como Gestor da Qualidade do Hospital 9 de Julho.

Jorge Secaf Neto - Formação executiva na Harvard Business School (EUA), INSEAD (França), Kellogg (EUA), e Fundação Dom Cabral. Engenheiro Civil pelo Mackenzie com pós-graduação (lato sensu) em Engenharia de Produção na USP. É sócio da Setting Consultoria e atua como consultor para a implementação da GID – Gestão Integrada do Desempenho.

O moderador foi:

David Kallás - Mestre em Política de Negócios e Economia de Empresas pela FEA-USP. Atua como professor dos cursos de graduação e pós-graduação do IBMEC SÃO PAULO e é coordenador do Programa de Educação Executiva Gestão da Estratégia com Balanced ScoreCard.

Copiei o resumo do convite que recebi para que vocês conheçam os participantes.

A proposta do evento foi fantástica! Acredito que muitas outras pessoas concordaram, pois o auditório estava lotado (estimo que tinha pelo menos 200 pessoas).

O evento começou com uma apresentação do Jorge Secaf contextualizando o BSC, ele usou o famoso exemplo da cabine de um avião fazendo uma analogia bem interessante entre o plano de voô e a estratégia da organização. Ele falou durante 20 minutos.

Achei importante essa apresentação inicial, muitos participantes não conheciam Balanced Scorecard.

Na sequência tivemos a apresentação do Nairson e do Mário Mafra, cada um falou sobre as experiências de suas empresas na utilização do BSC como ferramenta de Gestão Estratégica.

Me chamou a atenção o case Hospital Nove de Julho (Nairson), só conhecia teoricamente a utilização do BSC em organizações da área da saúde. Inclusive o livro Balanced Scorecard - Ferramenta gerencial para organizações hospitalares fala sobre isso. Pela apresentação ficou evidente o grande planejamento que aconteceu até eles terem o BSC operando no H9J, o trabalho foi dividido em 5 etapas, desde o diagnóstico da estratégia até o monitoramento do BSC em operação.

O case da Wheaton também foi interessante devido a abordagem utilizada por eles na implementação. Eles criaram dois mapas estratégicos: Um para a corporação e outro para a linha de negócio doméstica.

A única coisa que acredito ter faltado no evento foi a apresentação do case de alguma empresa pequena e média... (Opa!!! Esse não era o foco do evento?!?!) Digo isso porque não considero que as duas empresas citadas são de tamanho "médio" (muito menos "pequeno"), a Wheaton fatura algo em torno de 300 milhões por ano e o H9J tem mais de 1000 funcionários.

Também achei que o tempo dado ao painel foi pequeno; (infelizmente) muitas pessoas foram embora na hora do painel.

Bom.. Agora vamos às perguntas feitas (creio que consegui tomar nota de todas) no painel! Vou colocar como eu responderia cada uma delas, espero que vocês não se incomodem (peço desculpas aos colegas pelo atrevimento, mas sabem como é, aqui no buteco todos acabam participando =)):


  1. No contexto de PME, BSC ajuda ou atrapalha?
    • Se a "lição de casa" for feita direitinho, ou seja, se os passos sugeridos por Kaplan e Norton forem seguidos, a organização, independente do tamanho, tem grandes chances de ser bem sucedida na implantação do BSC. Eu diria até que em organizações menores é mais fácil disseminar a nova cultura, pois os colaboradores estão muito próximos da alta direção.

  2. Aumentou o headcount?
    • Aumentar ou não o headcount está diretamente ligado ao planejamento. "Quer o BSC funcionando 'rapidinho'? Então tem que ter alguém full time." É nesse momento que pode ser analisada a criação de um OSM. Mas isso não é obrigatório, você pode ter um período mais longo de projeto e envolver pessoas chave dentro de cada área (Ahhhhhh... Mas o envolvimento das pessoas chave também precisa acontecer se você tiver uma equipe full time no projeto!!!! É que nesse caso elas vão ter mais responsabilidades no projeto.).

  3. Como envolver toda organização?

    • C O M U N I C A Ç Ã O!!!!!!!!!!!!!!!! Sem mais comentários. ;-) Brincadeiras a parte, a comunicação é "simplesmente fundamental" para um projeto de Gestão Estratégica ser bem sucedido (e porque não para qualquer projeto?). Portanto, desenvolva um bom plano de comunicação antes de partir para a execução do projeto!

  4. Como fazer as pessoas acumularem tarefas?
    • Entendo que incentivos são fundamentais para que se tenha as pessoas acumulando tarefas do projeto de implantação do BSC, mesmo que esse incentivo fique restrito ao aprendizado. Nesse caso a empresa vai ter que lidar com o risco de perder membros da equipe durante e principalmente depois do projeto. Os palestrantes falaram sobre "realocação" de atividades, ou seja, distribuir melhor as tarefas para que o colaborador tenha disponibilidade para se dedicar ao projeto; concordo com isso, mas ainda assim acredito que incentivos são muito importantes.

  5. Modelos de qualidade conflitam com BSC?
    • Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Brincadeiras a parte (denovo =P), entendo que um projeto de adequação a um modelo de qualidade pode ser saída de algum dos objetivos estratégicos do BSC da empresa (talvez algum ligado ao pilar "Processos Internos"). Não podemos esquecer que o BSC contempla todas as ações da organização para que a missão e visão sejam atendidas.

  6. Como tratar o dimensionamento dos indicadores?
    • Essa eu não sei responder... Por isso vou replicar a resposta do José Secaf: Não associar os indicadores a metas absolutas, mas a metas relativas (por exemplo: Quero crescer 5% a mais que meu principal concorrente.). Um dos cuidados que devem ser tomados nesse tipo de abordagem é que as informações que você tem sobre seu concorrente podem estar desatualizadas.

Bom pessoal, acredito que é isso. Fiquem a vontade para deixar seus comentários (concordando ou discordando de algo que escrevi), seria muito legal ouvir a opinião de outros colegas que participaram desse evento.

Muito obrigado.

Um abraço,

Alessandro.

Related Posts with Thumbnails